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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

 É, talvez eu tenha medo da morte. Pensar que existe céu, inferno ou paraíso é totalmente fora de cogitação, porque eu não acredito em deus, não acredito em nenhum ser superior, e não acho que isso seja pecado porque eu também não acredito em pecado. Eu procuro em todos os cantos, em todas as músicas, em todas as pessoas, no céu, nas estrelas, nas paredes do meu quarto, no vento, nos livros, eu procuro a razão disto, a razão de mim querer sempre descrever, de usar as palavras que façam um dia diferença na vida de alguém, ou não. Eu quero o simples, eu quero o complicado. Eu quero escrever, escrever uma história, quero que as pessoas me conheçam, quero sair portão a fora e correr, respirar fundo, até cansar, gritar, quero me embebedar, quero acabar com o maço de cigarros, quero dizer de uma vez por todas que eu sinto sim, falta dela, e que ela tem alguma coisa que ninguém nunca vai ter, coisa que eu não sei o que é, e que não estou nem um pouco afim de descobrir. Quero sair, estar com os meus amigos, quero estar com minha família, quero conversar civilizadamente e dar boas risadas com eles, porque eu amo sim, todos eles. Quero me trancar no meu quarto como antigamente, deitar no chão e pensar, em tudo e em todos, sonhar, dançar, gritar, cantar, ser enfim eu mesmo.
  Eu quero viver,viver e viver, essa bosta de vida nessa merda de país que me faz tão bem, e quero fazer diferença em alguém, em algo. Sim, porque o medo de viver em vão é constante, a vontade de mudar não vai embora, então decidi abrir a porta. Mas ela continua parada, então eu acordo, me olho no espelho, e vejo que quem passou esses dez anos parado fui eu.  A vontade não é pequena, mas só quando tudo for embora vou abrir os olhos. Ou não mais uma vez, ou eu esteja completamente errado, e coma o pão que o diabo amassou lá no inferno. Mas é que só de pensar no nada que vai vir depois que eu fechar os meus olhos pra sempre, eu entro em conflito comigo mesmo.
  Viver, uma palavra simples, mas difícil de ser entendida, ou não, porque eu não tenho mais certeza de nada. Será que tudo isso é em vão? É isso, essa é a questão, de tudo, da minha forma de pensar, de agir, de escrever, de tentar entender, será que tudo isso é em vão?
    Tive um sonho estranho esta noite. 

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Nossa, gostei do texto. E se tudo for um sonho e nada disso for real? Quem sabe né, isso só descobriremos quando fecharmos nossos olhos para sempre, ou não...
    Muito boa essa frase: " Viver, uma palavra simples, mas difícil de ser entendida "
    Como disse Sócrates, " o que eu sei é que nada sei."

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