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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Não espere pelas coisas, elas acontecem. Procure ter fé em apenas uma coisa, você mesmo. No final das contas, quem correu atrás do seu sonho, quem fez suas oportunidades, quem conseguiu te convencer á respirar fundo e seguir em frente , foi você mesmo. Não um ser/um espirito que você nunca viu, e que ninguém consegue provar sua existencia.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

      É, acho que vou sentir falta deles. Muita falta. Vou sentir fata de sentir as coisas, do frio, do calor, da música, de escrever. Das coisas mais simples como acordar, de sentir raiva, tristeza e de me sentir bem. Falta de casa,muita falta de casa,  noites sem dormir, sonhos, dos amigos que não voltam mais, dos momentos , dos cigarros, da noite, da minha mania de desejar o impossível. Talvez não o impossível mais o difícil. Vou sentir falta de tudo. Mas a saudade não está bastando pra mim. Depender de coisas que não voltam mais. E o agora também. Estou me sentindo cada vez mais vazia por dentro. E a cada dia que passa/que se arrasta, eu tenho mais certeza de que o que eu decidi é o certo/a melhor saída/a única saída.
     E não á mais palavras, nem nada que consiga me fazer mudar de ideia. Para muitos isso é uma decisão muito difícil, mais incrível que foi a mais simples que já tomei. Não me sinto bem, nem me sinto mal, não estou com raiva, e nem guardo mágoas de ninguém. Não me sinto bonita, feia, gorda, não me demiti do trabalho, apenas parei de ir. Sinceramente não me sinto de nenhuma forma. E eu não posso escrever muito , porque não dá pra descrever o nada que está tomando conta de mim. Na verdade eu estou escrevendo isso porque eu só estou esperando. Há três dias estou tomando uma dose com antiparasitários . Mas ainda estou aqui. Eu não tenho asma mas tomei o vidro inteiro de foradil. 
      Dores. Adeus mundo. Eu não vou sentir a sua falta. E descobri algo, Deus não existe. 


-Susan, 1994

terça-feira, 14 de junho de 2011

  Nada de drama. Talvez eu só esteja cansando. Não das pessoas porque eu aprendi a me manter afastado daquelas que me cansam. Mais sim da rotina. Que por mais que eu goste de ir ao trabalho porque é uma coisa que gosto de fazer e que me faz bem,muito bem. Cada vez que saio de lá me sinto um pouco mais vivo. E não consigo entender porque está me cansando se é uma coisa que sempre me fez bem, que me faz bem.   
   Talvez seja porque estou cada vez mais sozinho, cada vez mais velho. Chega um dia que você se olha no espelho e  vê que quarenta e oito anos não é uma idade pra sair para baladas, até porque nunca gostei de baladas. Meus amigos estão cada vez mais longe, se é que posso chamá-los de amigos, se fossem não estariam longe. Ah, é disse chega de drama. Não tem essa de 'ninguém me entende' . Porque ninguém entende ninguém mesmo. E se um dia alguém cheguar perto disso, de te entender, um conselho: não se apaixone por ela (e). É a maior burrada que você pode fazer. E sim no final das contas você escolhe por quem se apaixona, acaso não existe.
   "Tudo bem com você?", essa é a pergunta que mais faço no dia. Tenho certeza que a maioria das pessoas pensam: "Quem ele pensa que é pra perguntar isso? ele não sabe da minha vida dos meus problemas..."  Isso é a mais pura verdade. Mais o que as pessoas não sabem é que eu me importo com elas. Elas podem não acreditar. Eu consigo ver na cara delas que não estão bem, mas pergunto. Por que ?  É importante pra mim ?  Sim. Isso é uma das coisas que ninguém irá entender sobre mim. 
  Nada de drama.
 E esse é só mais um desabafo de um homem qualquer

sexta-feira, 10 de junho de 2011

 Um belo dia ela iria chegar em casa e entender de uma vez por todas, que a vida não é justa pra ninguém.
    Já não saia como antes, já não ria tanto , queria ficar sempre em casa. Já não lia tanto, e também não escrevia mais. Pelo menos não sobre o que sentia. Ela acreditava que para os que escreviam as palavras eram tudo. Ou quase tudo. Escrevia de coisas que não tinham absolutamente nada haver com o seu cotidiano, com o que sentia. Descobriu que evitar algumas coisas/os problemas por um tempo é um bom remédio. Ou apenas uma forma de conseguir dormir tranquilamente a noite toda.
    Todos os domingos de tarde ela ia até o parque no centro da cidade.Não podia fumar lá, então ela apenas se sentava na grama, fechava os olhos e sentia. Quando a dor estava tão forte que parecia não aguentar mais, ela sorria . Aquele vento passando por seus cabelos longos e vermelhos, era o que ela chamava de felicidade nos últimos meses.
  Sempre pensou em ir além . Além do que ela mesma não sabia o que. Mas ela vivia, e isso era o que afinal importava. Ela era feliz. Isso era o bastante. A vida no parque naquele dia ensolarado.  

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Eu nem te amo


Me despeço, já sem aquela dor aterrorizante, das partes de você que mais amo. Ainda que eu nem te ame mesmo. E me despeço das partes da sua casa que eu mais amo. Ainda que nada disso seja amor. E entro no carro já sem chorar. Os últimos três anos chorando por você serviram ao menos para me secar por dentro. Preciso me aliviar. Mas dou até risada porque acabaram os caminhos. O mundo não suporta mais esse meu não amor por você. Meus amigos espalmam a mão na minha cara e já vão logo adiantando que se eu pronunciar seu nome, eles vão embora sem nem olhar para trás. Remédios só me deixam com um bocejo químico e a boca do estômago triste, mas não tiram você do meu coração. E escrever, que sempre foi a única coisa que adiantava para os dias passarem menos absurdos, já se tornou algo ridículo. Escrever sobre você de novo? De novo? Tenho até vergonha. Nem eu suporto mais gostar de você. E olha que nem gosto. É como se o mundo inteiro, os ventos, as ondas do mar, os terremotos, as criancinhas peladinhas brincando de construir castelinhos na areia , os carros correndo nas estradas, os cachorrinhos meditando nas gramas de todos os parques do mundo, a chuva, os cartazes de filmes, o passarinho que canta todo dia de manhã na minha janela, a torta de palmito na geladeira, a minha vizinha louca que briga com o gato na falta de um marido, um cara qualquer com quem eu dormi (e todos eles parecem qualquer quando não são você). É como se o mundo inteiro me dissesse:
“hei menina, ninguém agüenta mais esse assunto! Chega!”

E no meio da noite, quando eu decido que estou ótima afinal de contas tenho uma vida incrível e nem amava mesmo você, eu me lembro de umas coisas de mil anos e começo a amar você de um jeito que, infelizmente, não se parece em nada com pouco amor e não se parece em nada com algo prestes a acabar. (…)

E lembro da primeira vez que eu te vi e te achei meio feio, vesgo, estranho. Até que você me suspendeu no ar por razão nenhuma eu tive certeza que meu filho nasceria um pouco feio, vesgo e estranho.


-Tati Bernardi. 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

 Poucos segundos.
Ele a viu, depois de tanto tempo. E aqueles segundos pareceram passar em câmera lenta, como sempre. Mas ele a viu e sentiu mais uma vez aquele mal estar que chamam de borboletas  no estômago, sentiu que não tinha chão em baixo de seus pés, sentiu que o mundo não emitisse som algum além da voz dela dizendo um simples 'oi' , sentiu todos o membros congelarem, mas o olhar conseguiu fingir muito bem. Um olhar de quem pouco está se importando. Nisso ele era bom.  Ele sentiu tudo aquilo que a distância e o tempo lhe disseram que não iria sentir de novo, e mais um pouco. Se sentiu fraco de novo, imune a ela. E o mais incrível é que ele sentia que ela conseguia ver tudo o que se passava dentro dele, acreditava nisso talvez pela vontade de querer que ela entendesse de uma vez por todas tudo. Tudo . Entendesse mesmo sabendo que o tempo já era perdido. Mesmo sabendo que ela já não se importava, que já havia passado um bom tempo. Ele queria que ela entendesse tudo e mais um pouco. Naqueles pouquíssimos segundos.